terça-feira, 25 de maio de 2010

Drama cômico

Eu passo por cada coisa que nem sei bem como acontece isso.
Outro dia, ia caminhando pelas ruas do centro de Vitória em pleno meio dia, sol de rachar, e eu com uma leve febre. Na Praça Costa Pereira aquele vuco vuco de pessoas em seus respectivos horários de almoço, e eu caminhando em direção ao Teatro Carlos Gomes.
Lá era o meu ponto de encontro com uma pessoa que eu não fazia idéia de quem fosse, mas que me levaria até um outro local ainda desconhecido por mim, para um trabalho de panfletagem (é, eu já fiz isso, e pior, vestida de uma personagem de cabelo azul, bem no dia que a TV foi filmar).
Eis que chego em frente ao teatro e só tem um ser vivente lá: O segurança da escala no teatro.
Ótimo, porque eles são de uma simpatia tremenda, assim como eu que, avistando aquele ser humano naquela roupa quente, abri meu melhor sorriso para cumprimentá-lo... To esperando até hoje o sorriso dele em retorno. Tudo bem, ficarei então olhando os cartazes (TODOS IGUAIS) que estavam colados na frente do teatro. Olho um por um, não sei, talvez pra ver se tem uma mísera diferença entre eles.
Um outro homem se aproxima e fala algo inteligível. Eu, tentando decifrar o que ele disse, penso: Claro, é ele!
-Você é o cara que veio me buscar?
-Te buscar? Ta doida? Num vim buscar ninguém não - segue mais palavras que só Deus entende.
Enfio minha cara no capuz esperando "pacientemente" o ser vivente chegar para me buscar.
Daí a pouco, como se não bastasse um, vem outro!
Um homem sei lá quem, sai do meio da praça e caminha até mim. Olho pra todos os lados tentando encontrar uma maneira de fugir, mas ele é mais rápido. Finjo que não estou vendo mas ele conversa assim mesmo:
-Você viu o que aquela mulher (aponta para a praça como se eu pudesse distinguir de que mulher entre as 5 mil seria) falou quando você passou?
Penso mil e oitocentas vezes antes de dar continuidade e transformar aquilo em um diálogo.
-Não.
-Ela disse "Nossa, que linda essa heim.. e esses olhos?"... Sabe o que ela é?
-(Já irritada) O quê?
-Sapatãaaao! Ela é sapatãaao! Esse mundo está perdido! É cada coisa que a gente tem que ver.. (Discurso de cinco minutos sobre as perdições do mundo)
E CADÊ ESSE HOMEM QUE NÃO VEM ME BUSCAR?
Finalmente, meu Deus, ele chegou. Eu, febre, sol de meio dia, irritação, morro, escadaria gigantesca, mais morro. Chegamos.
Me enfiam uma bunda de almofada de todo tamanho, uma meia calça quente, uns peitos de isopor, e me fazem sentar numa cadeira. Pintam até meu último cílio, de forma que não dê pra me reconhecer (penso: Graças a Deus, pelo menos não saberão que sou eu). Uma peruca azul gigante e um vestido que mais quente impossível. E lá vamos nós panfletar sobre a semana do trânsito.
Ahhh, isso sem falar que eles tiveram que comprar um sapato pra eu calçar porque nada que eles tinha cabiam no meu pequeno pé de lancha.
Voltando, um arranca rabo no local onde eu deveria me trocar. Um discute, discute. Eu não fazia idéia de como aquela tinta estranha saía da minha cara.
Peguei minhas coisas e casquei fora!

No final do dia, chego na faculdade e meu amigo grita:
-Ahhh, vi você na televisãaao!
-Como pode?
-Reconheci na hora que você sorriu.
Decidi que nunca mais iria dar um sorriso na frente de ninguém (fato que jamais conseguirei isso).
Gente, o que o ser humano não faz nessa vida?
Depois ainda reclamam da má sorte!
Vou te contar, heim!
*risos*

Um comentário:

  1. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Até hoje eu me mato de rir com essa história! Muuito boa! xD

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